sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Limite de aquecimento da Terra é 2°C, dizem cientistas


7/12/2007

Fonte: http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=11158


A temperatura média da Terra não pode subir mais do que 2°C, em relação à época anterior à Revolução Industrial, quando o homem começou a emitir muito mais gases na atmosfera do que o planeta consegue absorver. Esse seria o limite do sistema natural: mais do que isso e as mudanças climáticas se tornariam “perigosas”. A aviso foi dado por um grupo de mais de 200 cientistas de diferentes países, em uma carta endereçada aos delegados que participam da 13ª Conferência do Clima (COP-13), na Indonésia.


A reportagem é de Cristina Amorim e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 7-12-2007.

Desde o período pré-industrial, a temperatura média já subiu cerca de 0,7°C. Para conter essa escalada, a concentração de carbono na atmosfera deve ser estabilizada em um nível bem abaixo de 450 partes por milhão, o que pede redução de pelo menos metade nas emissões globais de gases-estufa, em relação aos índices de 1990, até 2050. Segundo o documento, é preciso agir agora para que o pico de emissões ocorra nos próximos 10 a 15 anos e então comece a cair.

Diversos signatários são membros do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), que lançou recentemente um resumo de suas conclusões científicas pelo qual dirigentes podem se basear para traçar políticas públicas. Mas, enquanto o painel tem a missão de fornecer a melhor informação científica disponível sobre o tema, esse grupo tem a expectativa de que as delegações na COP-13 sejam de fato influenciadas pela declaração. “Os cientistas falam de probabilidade e geralmente as pessoas querem um número”, disse Richard Somerville, do Instituto Scripps de Oceanografia, dos EUA.

LENTIDÃO E DESENCONTRO

A COP-13 tem caminhado com mais lentidão do que se esperava, frente à urgência de que um regime mais duro do que o Protocolo de Kyoto seja colocado em vigor a partir de 2013.

Na delegação brasileira, falta coordenação. A representação do País em Bali já demonstrou tanto oposição quanto apoio à inclusão do desmatamento evitado de florestas tropicais no novo regime sobre clima. “Faltam duas coisas nesta COP-13: liderança e responsabilidade”, disse o coordenador de campanhas do Greenpeace Brasil, Marcelo Furtado.

A inclusão do desmatamento evitado continua em aberto: o secretário-executivo da Convenção do Clima, Yvo De Boer, já avisou que um mecanismo aplicável não sairá pronto de Bali. O grupo de trabalho sobre o tema precisa entregar suas conclusões hoje de manhã.

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