segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Gurdjieff : Relatos de Belzebu a seus Netos




Uma explicação simples acerca da ideologia:



“- Por favor, querido bem amado avô, explique-me um pouco: como é que estes seres do planeta Terra tomam o efêmero pelo real ?
À pergunta de seu neto, Belzebu respondeu:
- Esta particularidade de seu psiquismo, meu filho, apareceu somente durante os últimos períodos. E isto porque (...) crêem em tudo o que lhes dizem, em vez de crer somente naquilo que eles mesmos poderiam conhecer por judiciosas reflexões; em outros termos, aquilo de que poderiam se convencer pelos resultados de um “debate confrontativo” entre todos os dados já depositados neles (...). Em geral, uma noção nova só se cristaliza na presença desses estranhos seres quando um certo “Senhor Silva” emite sobre alguém ou sobre alguma coisa tal ou qual opinião. E se um “Senhor Souza” fala disso, por sua vez, da mesma maneira, então eles ficam definitivamente persuadidos de que é assim e de que não poderia ser de outra maneira.(...) [Essa estória] prova que neles não se cristaliza jamais convicções “esserais” subjetivas que sejam fruto de sua própria reflexão lógica, mas unicamente “convicções esserais” que dependem da opinião de outros.(...) Eles disso se tornaram culpados por si mesmos, ao estabelecer pouco a pouco condições anormais de existência esseral exterior, que acabaram por formar em sua presença geral o que é hoje seu “deus interior maléfico” e que tem o nome de “auto-tranquilizador”.”

(in "Relatos de Belzebu a seu Neto - Do Todo e de Tudo", G.I.Gurdjieff, Cap. XIII:"Por que, na razão do homem, o imaginário pode ser percebido como real"

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