quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Mudando sua Identidade de Dor

 

Trecho  de  uma  Transcrição  Editada  de  um  Webcast  ao  vivo  gravado  por  Geshe  Tenzin  Wangyal  Rinpoche  em  08  de  junho  de  2014

 
Será que o papel que você desempenha na vida lhe traz mais dor do que paz e felicidade? Neste ensinamento de 08 de junho de 2014, um webcast ao vivo, Tenzin Wangyal Rinpoche explica como você pode ir além de uma identificação com a dor e chegar mais perto de seu verdadeiro eu. Rinpoche começa com uma curta meditação e recitação de mantras para se conectar com Sherap Chamma, uma divindade tântrica feminina da tradição Bon, que é a personificação do amor e da sabedoria.

Podemos observar que a dor que experimentamos em nossa vida – seja a que nós experimentamos no passado ou que vamos experimentar no futuro - está relacionada a uma única causa. Esta causa é a mesma para todos, e é chamado dak dzin [Tib: bdag 'dzin], que é a mente auto-apegada, ego. Você também pode se referir a ela como "identidade de dor," porque você se identifica com a dor. Então, enquanto falo, eu quero que todos vocês não apenas ouçam intelectualmente ou tentem analisar o que digo, ou, pior ainda, julguem o que eu estou dizendo. Em vez disso, concentre-se dentro de si mesmo para ver o que isto significa para você. Qual é a sua identidade de dor? Qual foi a sua identidade de dor? Qualquer que tenha sido sua identidade de dor, quanto sofrimento causou dentro de você? Seja qual for sua identidade dor, neste momento, reconheça que ela está causando a dor dentro de você.

A identidade dor é basicamente um simples senso de si, a forma como você sente ser neste momento. Como é que ela está surgindo em você neste momento? Simplesmente por olhar para a sua dor, você chega a experimentar esse senso de si. Olhe atentamente para a dor que você experimenta agora, ou que você experimentou no passado. Lá no fundo dessa dor, há uma sensação de "eu" esperando para ser visto, à espera de ser despertado, esperando para ser iluminado, esperando para ser guiado, um senso de "eu" que sente a necessidade de ser totalmente livre de sua própria prisão de dor.

Você pode estar ciente disto neste momento? Você pode sentir a sua identidade de dor neste momento? Seja individual ou coletivo - eu sinto dor, nós dois sentimos dor, todos nós sentimos dor- olhe para essa dor. Lá no fundo há um senso de "eu". Existe um "eu" que é fortemente identificado com uma função específica. É muito especificamente identificado com o que você faz ou deseja fazer, ou com um sentido do que você quer ser, um ideal, um senso de si. Quem é este?

Por exemplo, quando uma mãe ou um pai sofre, é um tipo muito específico de sofrimento que só os pais sabem. Monges não conhecem este tipo de sofrimento. Monjas não sabem disso. Solteiros que não têm filhos não vão saber. Se você está sofrendo como um pai ou mãe, então eu estou falando com você. Se você estiver sentindo dor, você olha para o seu senso de si; profundamente por dentro você senteEu sou uma mãe; Eu sou um pai; Eu amo os meus filhos; Eu queria que meus filhos fizessem isso, e não fizessem aquilo; Eu gostaria que eles vivessem este tipo de vida, e não aquele tipo de vida. É a mãe em você, a mãe ou o pai em você, que sofre. Por que você está sofrendo dessa maneira? É porque você se identifica excessivamente com o papel da mãe ou do pai. É por isso que você está sofrendo. É por isso que você se sente em conflito com seus filhos. É por isso que você não é capaz de dar o calor, o amor e a paz que você quer dar a eles. É por isso que você não é capaz de dar uma orientação clara para eles. É por isso que você nem sequer se sente perto deles. É por isso que você sente que eles estão evitando você. É por isso que você sente que há uma desconexão entre você e seus filhos.

Tudo remonta a uma única coisa: identificar-se demais com o papel de pai ou mãe. Minha definição de "demais" é o nível onde se cria a dor, conflito, desconexão. Então, se você é essa pessoa, eu estou falando com você. Eu só quero que você reconheça que você está se identificando excessivamente com o seu papel. Você não é apenas um pai ou mãe; você é mais do que isso. Eu quero que você apenas tenha um sentido disso, uma sensação disso. Sim, eu sou mais do que isso.

Talvez alguns de vocês estejam tentando proteger algo. Você está tentando cuidar de alguém, amar alguém, ou você está tentando dar alguma coisa a alguém. Mas você também está se identificando excessivamente com o papel de protetor, ou com o papel de estar no controle. Esteja ciente de que você não pode controlá-lo para sempre, ou que você não é o único que deve controlá-lo ou quem é responsável por isso. Talvez onde você está assumindo o comando ou o controle, você está super controlando. Não há espaço para o movimento, a liberdade, o fluxo, a flexibilidade, a criatividade, porque esse controle está ocupando um espaço em que você está sufocando e você está sufocando as outras pessoas também.
Simplesmente reconheça essa identidade de dor que precisa controlar. Não tem nada a ver com fazer algo melhor, ou perfeitamente, ou eticamente, ou com generosidade. É mais que há uma necessidade de controlar, e essa necessidade tem algo a ver com a dor interior com a qual você está se identificando. Simplesmente reconheça isso.Sim, é verdade - não é sobre o que eu estou tentando fazer lá fora. Eu posso sentir isso - é a minha própria necessidade; é a minha identidade de dor, e eu preciso mudar isso.

Como você muda isso? Pode-se tentar controlar esse sentimento, tentar comandar isso, e cometer o mesmo erro novamente. Não faça isso. Não tente controlar seus sentimentos ou pensamentos. Basta estar ciente delas. Esteja ciente de sua necessidade de controle, uma necessidade que está produzindo a dor, conflitos e bloqueios no fluxo da ação criativa. E se você não é um pai, mas você é alguém que está tentando controlar, desta forma, eu quero que você simplesmente esteja ciente de sua necessidade de controle. Essa necessidade é a sua identidade de dor.

Vou usar três categorias em relação a este senso de identidade: a primeira categoria é identificar-se muito com um papel; a segunda é um nível médio de identificação com um papel; a terceira é uma menor identificação com um determinado papel. No primeiro extremo, uma pessoa se identifica tanto com a dor que muitas vezes ela destrói a si mesma e aos outros. É ao mesmo tempo destrutivo no sentido individual e coletivo. Isso acontece porque eles nunca podem descobrir como sair da sua super identificação, e as coisas vão longe demais. Evidentemente, é sempre possível sair disso, mas, em alguns casos, a pessoa perde a oportunidade, e o resultado é a destruição coletiva.

O nível mediano é o onde a pessoa se identifica fortemente com um papel. Se este for o seu caso, você pode sentir um monte de conflito dentro de si mesmo, na sua situação de vida ou com as pessoas com quem convive, em qualquer papel que você esteja convivendo com eles. Você sente um monte de conflito dentro e ao seu redor, porque mais uma vez você está se identificando bastante com o seu papel. Toda vez que nos identificamos com nosso papel nós sentimos a dor de qualquer parte que não esteja e a dor de pensamentos desejosos.

A terceira categoria é ter menos identidade com um determinado papel. É claro que estar no samsara, estar neste mundo, não há nenhuma maneira de não se identificar com a dor. A definição de samsara é aquele que possui desconforto ou dor, como resultado de uma mente que se agarra. Como possuidores desta mente que se agarra, somos seres samsáricos. Todo sofrimento é o resultado ou fruição da mente que se agarra.

Como eu disse anteriormente, não há como não ter uma mente que se agarra. Mas quando você tem um mínimo disso, você sente menos dor e conflito e mais espaço, mais fluxo, mais consciência dentro de si mesmo. Você sente menos dor com o seu trabalho, com quem você está trabalhando e com quem você está em um relacionamento. Você sente menos dor com seus familiares. Isso é porque você não está se identificando muito com a dor ou com esse papel.

Então a grande questão é: por que nos identificamos com o nosso papel, com a nossa dor e com alguém que não somos? A resposta é muito simples. Não percebemos outra opção. Porque se não somos capazes de ter consciência de quem somos, então a única opção é se identificar com quem não somos. Não percebemos uma outra escolha. Nós não somos mesmo conscientes de que estamos fazendo isso. A cada segundo, a cada momento, a cada situação, a cada relacionamento - até mesmo o nosso relacionamento com Deus, com as divindades, com professores, com guias-espirituais – nós nos identificamos com a nossa própria dor e necessidades, e estragamos algumas dessas relações muito especiais. Mesmo nossos relacionamentos sagrados são misturados com a nossa própria dor.

Então, como podemos superar isso? Quando somos capazes de ter consciência de quem somos - mesmo estando mais perto dessa experiência por apenas um momento- algo dentro de nós começa a mudar. Como você faz isso? Como isso pode acontecer? É claro que não é assim tão fácil; então, novamente, não é muito difícil também. É sempre uma questão de estar pronto, maduro e amadurecido. Quando estiver pronto, maduro e amadurecido, nada pode pará-lo. Mas quando você não está, é muito difícil. O sol está brilhando imparcial em todas as direções, mas a caverna que está voltada para o sul não recebe a luz solar. Isto não é porque o sol é tendencioso ou opta por não brilhar, mas porque a caverna está voltada para a direção errada.

O que vai tornar mais fácil de mudar a identidade de dor? Novamente, é muito simples. Quando quer que você sinta que seu corpo de dor está ativo, quando quer que você esteja sentindo uma sensação dessa identidade de dor - uma dor profunda, profunda, profunda, que está claramente relacionada com um sentimento de identidade específica, como, eu sou um pai, então eu estou sentindo a dor do meu papel de pai - simplesmente reconheça isso. Reconheça quando a fala de dor está ativa. Reconheça quando você está reclamando sobre seus entes queridos. Perceba que não tem nada a ver com eles ou com a situação; é apenas a expressão descontrolada de sua própria dor desperta que está sendo expressa inconscientemente naquele momento através de seu discurso. Ela está vindo à tona.

Quando minha identidade de dor está ativa, eu não planejei isso. Eu não escolhi esse vocabulário ou aquele tom de voz. Eu não escolhi falar tão alto ou trêmulo, ou falar dessa maneira infundada. Eu fiz isso porque meu discurso de dor foi despertado. Quando minha mente de dor é despertada, não estou escolhendo ter esses loucos, loucos pensamentos. Estou contente que ninguém está vendo meus pensamentos. Estou feliz que a maioria das pessoas não sabe o que eu estou pensando. Estou feliz por minhas “pessoas famosas” não saberem o que eu estou pensando. Fico feliz porque esta pessoa que me odeia, não sabe o que estou pensando nesse momento. Mas, mesmo eu não sei por que eu estou pensando o que eu estou pensando; eu só estou pensando.

A Imaginação da Mente de dor é ativa e descontrolada. O Que você faz neste momento? Basta estar consciente. Esteja Consciente de que seus pensamentos são loucos. Esses pensamentos não são realmente meus pensamentos; eles estão vindo da minha mente de dor interior. Essas vozes estão vindo de meu discurso de dor; essas dores estão vindo do meu corpo de dor. Apenas esteja consciente disso. E tente descansar. Neste momento, se algum de vocês estiver sentindo um ativo corpo de dor, fala ou mente, perceba que não tem nada a ver com uma dada situação; está apenas ativo.

Fique quieto. Fique em silêncio. Fique aberto. E permita o que você está experimentando. Permita como Sherab Chamma permitiria, como uma mãe que é aberta, sábia, bondosa e compassiva. Quando uma criança está expressando dor ao pular ou gritar, e sua imaginação está ficando louca, o que a mãe faz? A mãe não fica louca como a criança, mas, em vez disso, abriga o filho, dá o espaço à criança. Dá proteção à criança e dá reconhecimento, uma sensação de presença sagrada. Essas manifestações malucas sentem o espaço, a presença sagrada, a bondade, a consciência, e, gradualmente, essas manifestações loucas se esgotam nesse espaço puro, nesse silêncio absoluto, nesse puro espaço do coração. Eles dissolvem. No final, há um sentido muito genuíno e natural de quietude e silêncio que é experimentado. Naquele momento você mudou sua identidade de dor ou corpo de dor em quietude, o seu discurso de dor em silêncio, sua mente de dor ou imaginação em amplitude. Está livre, calmo, conectado e sentindo paz, sentindo tranquilidade. Está sentindo uma profunda cura interior.

Então, esteja consciente. A cada momento em que você encontrar o seu próprio sofrimento interior, sua identidade de dor, apenas esteja consciente. Esteja diretamente consciente. Reconheça que isso não tem nada a ver com a outra pessoa ou a situação. Isso é simplesmente ativado por sua própria dor.

Nas tradições tibetanas frequentemente falamos sobre praticantes de capacidade superior, média e inferior. Esta tradução não parece ser muito popular no Ocidente, mas isso é o que é. Então, se você não gosta de ser chamado de um praticante inferior, vou sugerir algo que você pode fazer. Sempre que você estiver em conflito com alguém, sempre que você sentir dor profunda dentro de si mesmo, imediatamente pergunte a si mesmo: "De onde isso está vindo?" Muitas vezes você pensa imediatamente: "Claro que não sou eu, é a outra pessoa. É a minha pessoa famosa, meu pai, minha mãe, meu marido, meu ex, minha esposa, meu filho, meu chefe, a situação - não sou eu." Automaticamente pensamos isso. Assim, sempre que você acha que seu problema tem 100 por cento a ver com outra pessoa, reconheça que você é um praticante inferior. Vou repetir isso de novo, por diversão. Alguns de vocês podem não gostar disso. Mas ainda é por diversão. Sempre que você pensa que sua própria dor ou conflito tem 100 por cento a ver com alguém fora de você ou com outra pessoa, você pode pensar: "Ah, como eu estou fazendo o que estou fazendo neste momento, eu devo ser um praticante inferior. "

Ou, você pode pensar: "Eu estou experimentando essa dor, esse conflito com essa pessoa, mas somos nós. É tanto ele como eu; é ela e eu; são eles e eu; é a situação e eu; é uma coisa coletiva. Juntos, temos que descobrir uma solução. "Se você se aproxima de seu problema ou dor dessa forma, você pode se considerar um praticante medíocre. Você pode pensar: "Eu estou fazendo isso, eu estou tentando fazer a situação 50-50, então eu devo ser um praticante mediano. Não é o melhor, não o pior, mas o mediano."

Mas se você acha que sua dor não tem nada a ver com qualquer outra pessoa - porque tudo o que você vê ou sente foi você que criou e você percebe que é apenas uma projeção da sua mente, você pode dizer: "Bem, maravilhoso, eu sou um praticante superior." Tente não ficar muito tempo com esse pensamento; caso contrário, você vai se tornar imediatamente um praticante mediano ou inferior! Mas, pelo menos, você pode reconhecer que você está projetando algo de dentro para fora, em vez de culpar alguém pela sua dor.

Criamos toda e cada dor. Cada momento que você reconhece que você é o criador de sua dor, você tem a oportunidade de não criar mais dor para si mesmo ou para os outros.

Ouça a gravação completa do webcast aqui.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

MEDITANDO COM ALAN WALLACE




“QUANDO SUA MENTE ESTÁ MAIS DESEQUILIBRADA É QUE VOCÊ MAIS PRECISA MEDITAR”: MEDITANDO COM ALAN WALLACE

 

 

Durante um retiro realizado em Viamão (RS) na segunda metade de janeiro deste ano, o professor budista americano Alan Wallace deu instruções preciosas sobre a prática da meditação shamatha, um dos tipos de meditação budista para o apaziguamento da mente (geralmente através da atenção na respiração), e parte dele foi traduzido e transcrito porJeanne Pilli, que esteve no retiro e mantém o site Equilibrando.Me – ela gentilmente permitiu a reprodução do trecho aqui. PhD em Estudos Religiosos na Stanford University (EUA), fundador da Santa Barbara Institute for Consciousness Studies (EUA) e autor de livros como “A Revolução da Atenção” e “Hidden Dimensions: The Unification of Physics and Consciousness”, Alan Wallace traz uma abordagem sempre muito clara e detalhada sobre o contato e o trabalho sobre a mente, e esse trecho transmite isso. Na essência da mensagem, a importância de meditar quando mais a mente precisa, ou seja, no desequilíbrio.
Segue abaixo o trecho das instruções, com agradecimentos ao professor Alan Wallace e à Jeanne Pilli.
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“Para avaliarmos se estamos fazendo a prática de shamatha corretamente, há sempre duas coisas a serem consideradas: o que a sua mente está trazendo para você e o que você está trazendo para a sua mente. São duas coisas bem diferentes.
Algumas vezes durante a prática surgirão muitos pensamentos, não há como controlar, não há como escolher que isso seja diferente. Então você simplesmente repousa: muitos pensamentos vêm, muitos pensamentos vão. Você não está fazendo nada de errado; é assim que as coisas são. Mas se quando surgirem muitos pensamentos você for carregado por eles, aí sim: isso é distração, agitação.
Outras vezes, sua mente estará bem quieta, com poucos pensamentos. E isso também não quer dizer que você esteja fazendo a prática corretamente. Sua mente está simplesmente quieta. Neste caso, a mente está trazendo pouco pra você.
O que nós devemos trazer para a prática, seja lá como estiver a nossa mente, é a habilidade de não sermos carregados pelos pensamentos, de permitir que a nossa consciência permaneça em repouso, iluminando o nosso objeto de meditação, seja a respiração, seja o espaço da mente e eventos mentais, seja a própria consciência.
Portanto, é importante avaliar a sua prática em termos do que você está trazendo para a prática e não com base no que a mente está trazendo pra você.
Essa distinção é muito importante. Na nossa vida, alguns dias serão piores que outros. Haverá dias muito conturbados, com muito trabalho, muitas preocupações, dias ruins. A mente estará bastante irritada, toda a nossa energia estará perturbada. Pode ser que você se sente para praticar e dois minutos depois desista: “Esqueça! Hoje não vai dar pra meditar!” E então se levante, vá ver TV, ou vá para a internet. Isso é como estar muito doente e pensar: “Ah… estou tão doente! Estou muito doente pra tomar remédio! Vou deixar pra quando estiver me sentindo melhor!”
Nesses dias em que a sua mente estiver verdadeiramente uma confusão, você pode simplesmente se deitar na sua cama, com um travesseiro macio sob a sua cabeça e soltar completamente a tensão do corpo, a cada expiração, relaxar completamente, deixar o corpo respirar sem esforço, em seu ritmo natural. Relaxe até o finalzinho da expiração e nesse momento deixe a mente bem quieta, sem nenhum blá, blá, blá. E então permita que o ar entre novamente, sem puxá-lo, em total quietude.
Faça isso por 24 minutos. A mente que você trouxe para a prática pode estar completamente perturbada, atirando pensamentos, pedras, lama, tudo o que é tipo de coisa em você. Não há como controlar isso! É o que a mente está trazendo para você. Mas o que você está trazendo para a sua mente é tão doce, tão suave, tão tranquilizador, que após 24 minutos sua mente estará mais calma, quieta, equilibrada. E aí sim, no final da sessão avalie: esta foi uma boa sessão ou não? Talvez uma sessão difícil em termos do que a mente trouxe para você mas uma boa sessão em termos do que você trouxe para a mente.
É nos momentos em que a sua mente está mais desequilibrada que você mais precisa meditar.”
~ Alan Wallace, Retiro sobre os “Seis Bardos em A Essência Vajra”, Viamão, 23 de janeiro de 2014