O que, então, devemos “fazer” com a mente em meditação? Absolutamente nada. Deixá-la como está. Um mestre descreveu a meditação como “a mente suspensa no espaço, em lugar nenhum”.
O ditado é famoso: “Se a mente não é fabricada, aparece espontaneamente imbuída de uma felicidade sublime, assim como a água que se mostra naturalmente transparente e límpida quando não é agitada”. Com freqüência comparo a mente em meditação com um jarro de água barrenta: quanto menos interferência ou agitação tiver, mais as partículas de terra se depositam no fundo, permitindo que a claridade natural da água transpareça. A própria natureza da mente é tal que, se você a deixa em seu estado inalterado e natural, ela encontrará sua verdadeira natureza, que é bem-aventurança e claridade.
Tome cuidado, portanto, para não impor nem cobrar nada à mente. Ao meditar, não deve haver qualquer esforço na direção do controle, nem empenho em ser pacífico. Não seja solene demais nem se sinta como se estivesse tomando parte num ritual especial; deixe de lado até a idéia de que está meditando. Seu corpo e a sua respiração devem ser entregues a si mesmos.
(Sogyal Rinpoche em seu luminar "O Livro Tibetano do Viver e do Morrer" - Editora Palas Athena, São Paulo, 1999)
5 comentários:
Belíssimo!
seu blog é maravilhoso,seus textos maravilhosos
Obrigado a vcs pelo incentivo !
Convido vcs a mandarem críticas, sugestões, comentários, fiquem à vontade...
Que bom mesmo colher isto em-mim-tu ser que nós somos no mesmo cosmos. Essas idéias são um troço que eu sinto bem gostoso lá no fundo de mim que sou sei lá o que. Flui nesta leitura. CAMINHEMOS...
LUZ e MISTÉRIO!
"Com freqüência comparo a mente em meditação com um jarro de água barrenta"No Egípto antigo, dizia-se que a mente é como um lago: se for suficientemente calmo, reflecte o céu.
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